segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Ano novo, vida velha.

Às vezes sinto não ter vivido 38 anos, mas vivido um ano 38 vezes (pelo menos os últimos 15 anos). Mais um ano recomeça e lá vamos nós (na verdade lá vou eu) fazer tuuudo novamente...trabalho, não ter $$$, não ter formação, não terminar o inglês nem espanhol e não ter um cobertor de orelha que valha a pena além de um monte de outras coisas que sempre planejo, mas a porra do $$$ nunca dá ou acabo tendo de mudar tudo. O que no final acaba me desmotivando.

É verdade também que fiz um monte de coisas diferentes e que sim, valeram à pena, mas no meu conceito ignorante parece não ser significativos.

Às vezes gostaria de me enfiar numa caverna e esquecer da “civilização” mas já fui pego pelo sistema e condicionado por esse mundo capitalista. Olho pra mim e não vejo um cara bem sucedido apesar de ter passado o pão que o diabo amassou e ainda estar de pé...mas de pé em que condições? Que graça tem ir pra guerra e voltar vivo mas sem braços e pernas?

Dizem que sou negativo e que penso muito no pior...é pode ser uma verdade, mas tenho tentado ferozmente mudar isso e a principal delas é parar definitivamente de criticar coisas e pessoas mentalmente. Foi até por isso que fumei um baseado na praia do Sono, assim paro de criticar quem usa, afinal de contas que porra eu tenho a ver com a vida do cara que puxa um fuminho???

Percebo que tenho um monte de barreiras e sempre me questiono muito a respeito delas comparando com pessoas que considero bem sucedidas. Minha chefe é uma delas. Madame até debaixo d’água nasceu em berço de ouro e não há nada de errado com isso pra mim, mas como que uma pessoa que tem um pensamento tão mesquinho pode atrair grana? Isso vai contra ao que acredito. Explico:

Atendi uma moça simples querendo iniciar um curso de inglês e que depende do pai pra ajudá-la a pagar...Minha chefe tentou, junto comigo, encontrar solução para o caso mas ao longo da conversa a menina disse que iria fazer um ano de inglês e depois parar. Eu e minha chefe mostramos que isso não é legal pro aprendizado dela. Quando a menina foi embora sem fazer a matrícula fui à sala da chefe para conversarmos sobre aquele atendimento e aí minha frustração. A chefe disse.

- Eduardo, esqueça essa venda essa menina é uma topeira, uma burra que não sabe o que quer e não é ali (no bolso da menina) que está meu dinheiro, vou ganhar dinheiro em outro lugar (bolso de outro cliente)
Fiquei tão atordoado que nem falei nada, mas aquilo martelava na minha cabeça: uma toperia, uma burra.

É pra esse tipo de gente que eu vendo? Pra essa porra de gente arrogante que se acha a última cereja do bolo? Quem estava se sentindo uma topeira era EU naquele momento... odeio gente que fala pelas costas sem dar o direito de defesa de quem se fala.

Fiquei 6 meses desempregado tentando desenvolver minha própria escola, mas tive problemas com setor pedagógico que não domino, então resolvi voltar pra rede Yázigi. Tou a 20 dias e já quero pedir demissão. Vai ver é isso que falta pra eu ter sucesso nessa porra de mercado de idiomas: tratar gente como lixo.

Toda vez que algo assim acontece penso: putaquipariu preciso fazer minha escola acontecer, mas sozinho nunca vou conseguir.

Li o livro do Ozzy. O cara passou a vida toda bêbado e drogado, dei boas risadas com o livro...é muito bom...Percebi que ele sempre fez o que quis sem se importar muito com as conseqüências e olha o que ele construiu. Seria esse o segredo?

Tô pensando seriamente em voltar a fazer arquitetura, isso sim eu adoro de verdade. Sempre que passo em frente a uma obra inacabada lembro-me do tempo que atuei como desenhista arquitetônico ou do tempo em que era pião numa gráfica...acho que era feliz e não sabia.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Nem lá nem cá...


Tive um casal de amigos que não via a mais de 10 anos. Fui visitá-los a fim de ver minha amiga com quem eu tinha mais afinidade, mas meu amigo me disse que eles se separaram a mais de 5 anos.
Depois de algumas horas atualizando o que aconteceu em nossas vidas nesse período ele me convidou para ir a um niver da sobrinha dele em Bragança Paulista com sua atual mulher e sogra.
Como ele tinha me dado o fone da ex (minha amiga), resolvi ligar dias depois para matar a saudade e ela me disse que também iria ao tal niver em Bragança. Eu estava morrendo de saudades dela.

Cheguei em Bragança com meu amigo, mas ansioso por ver minha amiga. No dia seguinte já a tardinha eu estava deitado no sofá quando ela chega e me cumprimenta como se eu fosse um estranho.

- Oi, tudo bem? Disse ela sem me reconhecer...há 10 anos era mais magro e cabelos nas costas.

Quando ouvi sua voz saltei do sofá e disse: -Como assim “oi”, não me reconhece + é? Risos...muitos risos.

Corri até ela e dei um longo e apertado abraço e fomos conversar ...muito.

Ela me contou da separação com meu amigo e do que fez nesses 10 anos e falei sobre as coisas que passei também.
O niver seria num sítio lá próximo e nos dirigimos pra lá. Ficamos o tempo todo juntos um ao lado do outro conversando sobre um monte de coisas e ela disse que iria acampar na virada do ano com os filhos e um amigo do filho dela para Parati na praia do Sono e me convidou pra ir (o que aceitei de cara),  mas lá pelas tantas, depois de muita cerveja e vinho começou a “pintar o clima”.
Uma situação complicada pra mim já que ela disse ter alguém a quem ama muito, mas quase nunca está presente (estão juntos a uns 5 anos) meu amigo é ex dela e pra melhorar eu estava em território estranho, não conhecia ninguém senão eles e me mantive na minha.
Assim passei 3 dias maravilhosos e meu amigo disse que o pessoal gostou muito de mim e me convidaram pra passar o natal com eles. Aceitei na hora, gostei de todos também.
Depois disso eu e ela trocávamos alguns sms todos os dias e nos falamos por telefone também. A saudade da amizade era muito grande.

No dia da viagem pra Bragança passei antes na casa da minha amiga para dar-lhe um presente. Um livro da banda que ela adora: ACDC.
A tarde meu amigo passou na casa dela pra pegar o filho deles que iria conosco, mas notei a tristeza no olhar dela e me disse que passaria sozinha mais um natal como em tantos outros. Fiquei chateado e quase desisti da viagem, mas tinha assumido um compromisso e não poderia faltar.

Cheguei a Bragança e o pessoal aguardava minha chegada e gostaram muito de eu ter ido, mas faltava alguém lá: ela.
Meia noite cumprimentei a todos e liguei pra minha amiga desejando feliz natal, mas ela estava triste e disse que iria dormir cedo. Fiquei sentido com isso e tentei confortá-laenviando mensagens de carinho para ela se sentir melhor.
Amanheceu, era 25/12...tomamos café da manhã...depois almoço e no início da tarde ouvi dizerem que ela estava vindo pra Bragança também. Eu explodia de felicidade por dentro, mas depois de quase 5 horas e nada...achei que ela tinha desistido da idéia quando de repente a vi na minha frente. Levei um susto tão grande que fechei a boca pra não perder meu coração. Então dei um sorriso e um abraço nela e saí de perto...a essa altura eu tinha receio de que confundissem meu carinho por ela com outra coisa qualquer.

Papo vem, papo vai, risos aqui, gargalhadas ali e chega a hora de dormir...cada um vai pro seu canto e eu me ajeitei num colchão e ela num outro canto da sala e me chamou para juntarmos os colchões, rsrsrs.


Aproximei-me dela, olhei fundo naqueles olhos verdes e acariciando seu rosto e cabelos eu disse que ela ter vindo foi meu melhor presente. Gosto de dar carinho, mas notei algo e perguntei:

-Que foi?
- Nada! Só que não to acostumada com isso.
-Isso o quê?
-Receber carinho.

Ouvir aquilo me tocou profundamente. Envolvi em meu braço e ela adormeceu. Muitos estranham essa minha atitude, mas eu só queria acariciá-la como amigo e me mantive no meu lugar pois nossa amizade é muito boa.
No fim da tarde meu amigo (ex-marido dela) veio todo animado me dizer que a vidada do ano nós passaríamos lá novamente e quando recusei dizendo que já tinha uma viagem marcada com ela, pude ver que ele não gostou nada. Aí começou a beber e querer dar vexame dizendo que nunca mais me chamaria pra lugar nenhum e blá, blá, blá. Certos caras não aceitam separação, mas eu tinha consciência de que eu não fizera nada D+.


Virada de ano a caminho da praia do Sono, trilha, mar, areia, camping, pernilongos, bebidas e muita diversão apesar do sofrimento pra chegar devido ao ônibus quebrar. Fiz coisas que sempre quis como fumar narguilê e coisas que jamais imaginei fazer como fumar um baseado. Sensação? Dormência no corpo, só isso. Tentei me soltar pra poder curtir as oportunidades e mudar meu jeito “certinho” de ser.
Brincamos muito, rimos muito eu e minha amiga, bebemos muito, dormimos juntos na mesma barraca. E foi só. Nada de beijos ou sexo, mas por respeito e por preferir a amizade boa a um romance.

Foi ótimo revê-la e botar a conversa em dia.