segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Pequenas moedas Grandes tesouros

Sou um ser humano que como tantos outros busco, entre tantas coisas, a felicidade. E assim como tantos outros seres humanos, às vezes, esqueço que a felicidade possa estar nas pequenas coisas. No sorriso de uma criança, num refrão de uma música, num programa de rádio, numa foto com amigos, no carinho do seu cão, num abraço sincero e saudoso, no por do sol ou até mesmo ao saborear um simples café.

Essa vida louca que levamos sempre em busca de estabilidade financeira, sucesso profissional, reconhecimento amoroso muitas vezes faz esquecer que a felicidade é construída por um conjunto de pequenas partículas que estão a nossa frente todos os dias, mas que a cegueira nos impede de ter prazer ou de reconhecer esses tesouros.

Essa noite choveu de repente e torrencialmente. Eu me pus a observar calmamente a força e doçura das águas que, como moedas de prata sendo jogadas, tocavam o solo e rolavam pelo quintal. Ao ouvir o tilintar daquelas gotas tocando o chão formando uma orquestra ensurdecedora pude sentir uma sensação de paz e quietude indescritível se instalando em mim quase que como uma hipnose na qual não se sabe o que é real ou imaginário. Seria esse um daqueles pequenos tesouros travestido de tempestade?

Acho que o que realmente importa é a sensação que isso imprimiu em mim. Uma sensação de algo bom...algo novo lavando o caminho para uma nova caminhada. É ótimo poder parar para reconhecer e contemplar esses tesouros.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

I'm going through changes


Quero pedir desculpas pela minha ausência ao pessoal que acompanha este blog, mas tenho passado um período realmente difícil do qual tem me tirado a habilidade de escrever...que já não é lá essas coisas.
Alguns amigos me dizem que penso demais e que demoro pra decidir... é ...seja esse um "defeito" ou uma "qualidade" sou assim, mas depois de decidido sei que estou pronto pra assumir todo e qualquer risco ainda que tal risco não tenha passado por minha cabeça durante esse processo.

Notei que minha vida tem um ciclo médio de 5 a 6 anos em que ela exige de mim uma mudança brusca e parece que esse o prazo de validade já expirou.
Tenho uma vontade profunda de largar tudo... sair de SP e recomeçar do zero novamente no qual eu só veja a frente... sem poder voltar atraz... só em frente. Novo lugar. Novas pessoas. Nova carreira. Mas pendências que achei ter resolvido no passado resurgiram e precisam ser solucionadas antes de uma decisão final.

Hoje participei de uma entrevista de emprego e apesar de ser aprovado não me encantei, não porque não era interessante, mas por que não tenho tido "tesão" por quase nada. A selecionadora suuuper empolgada com a conquista do posto de franqueada-diretora falava das possibilidades de crescimento e ver aquele brilho nos olhos dela me mostraram que os perdi há algum tempo e não posso aceitar tal trabalho sem essa paixão, pois sei que me fará mais mal que bem. Recusar um emprego. Eu??? Nuossa nunca imaginei que faria isso até porque estou precisando, mas a estrada já me mostrou pra onde isso leva. Até psicólogo, algo que nunca dei crédito, estou frequentando e tem ajudado em alguns aspectos.

Há muitos anos ouvi uma mensagem de um empresário de sucesso que dizia: "- Os resultados de hoje são das suas ações nos últimos 5 anos e se você não está contente eu te pergunto. O que você está fazendo de diferente hoje para obter resultados diferentes nos próximos 5 anos?" Minha resposta? Pouco ou quase nada.

É a vida é feita de escolhas e cada escolha um caminho de possibilidades, boas ou ruins.

A última trilha sonora foi Breaking all the rules (Peter Frampton). A próxima certamente será I'm going through changes (Ozzy).

Só espero encontrar a resposta definitiva logo.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Heróis anônimos


Às 7:00 da manhã e aos sete anos de idade eu me preparava para mais um dia na escola. Conguinha vermelho e meias brancas até o joelho, shortinho bufante vermelho, camiseta branca e boina vermelha. Este era o uniforme do pré-primário (atual 1º ano). Formávamos uma fila indiana de meninos e meninas separadamente com os menores na frente e maiores atrás apoiando a mão direita sobre o ombro do amiguinho da frente para medir a distância entre nós e seguíamos para a quadra de esportes ver a bandeira brasileira ser hasteada ao som do hino nacional que cantávamos inteirinho em uníssono fazendo uma breve disputa entre as salas para ver quem cantava sem errar.

Na sala as atividades de pintura, artesanato, escultura com massinha de modelar, exercícios de coordenação motora para preparar nossa escrita e canções como:
“Meu lanchinho, meu lanchinho, vou comer, vou comer, pra ficar fortinho e crescer...”
“Oi tra la la la la la ooooooo, oi tra la la la la la ooooooo, o sapo se mudou, o lambari morreu por que o ribeirão secou...”
Alguém se lembra dessas? Pois é, elas faziam parte do repertório daquele desafinado coral de 40 vozes e tudo liderado por uma doce, meiga e paciente moça que chamávamos carinhosamente de Tia.

Então chegou a 1ª série e tive a felicidade de ter um anjo chamado Maria de Lourdes Martins que teve muita paciência com esse escritor aqui por três anos e numa data como essa meu pai a presenteava com vários livros que ganhava da editora gráfica em que trabalhava.

Na 4ª série a Eliana (não é a apresentadora) conseguiu a proeza de fazer uma classe inteira aprender a bendita tabuada numa competição anual que realizávamos uma vez por semana entre meninos X meninas valendo um gibi. (Só pra registrar os meninos venceram a competição, rsrsrsr)

Cheguei na 5ª série e tive minha primeira paixão, a professora de ciências Rosa. E era uma rosa mesmo. Uma japonesinha linda de longos cabelos negros, olhos escuros, voz doce, sorriso franco e atencioso que me fazia tremer, rsrsrs. Lembro da sorte de ter sido seu amigo secreto e, honestamente, não me recordo do presente que ganhei (que deve ter sido bem legal) mas lembro do cartão que o acompanhava e que guardei por anos. Dizia:

“com enorme carinho da sua professora Rosa”

A estes e tantos outros heróis anônimos que se esforçaram para me fazer aprender algo e a tantos outros que não conheci é que presto essa homenagem oferecendo essa maça.

domingo, 10 de outubro de 2010

10/10/10 - Mais que uma data


Caros leitores essa é uma história forte e acreditem, foi muito difícil de redigi-la, pois fiquei horas a fio tentando selecionar cada cena e palavra para contar algo muito profundo sobre parte da minha vida.

Certas situações em nossa vida tornam-se divisores de água e mudam completamente o enredo de uma história, mas nem sempre ocorrem de forma fácil ou agradável.
Há exatos 6 anos eu passava por um período muito, muito, muito conturbado devido à falta de grana, discussões e pressões familiares pesadas e um emprego detestável. Brigas, fome, abandono, banhos frios no inverno eram algumas dessas pressões.
E neste cenário me vi forçado a sair de casa com 32 anos de idade. Sim, também acho que demorei demais para tomar essa decisão, mas os medos e a falta de confiança em mim eram muito grandes e me impediam de assumir minha própria vida.
Além de alguns amigos, eu tinha ao meu lado (acho que para equilibrar as forças e me dar coragem para enfrentar tudo isso) uma pessoa incrivelmente excepcional.
R. L. S. sempre me apoiou de forma incondicional, foi minha namorada, amiga, confidente, companheira e hoje sei que se não tivesse esse anjo em minha vida certamente não estaria aqui escrevendo.
Alugar uma casa sem possuir certa estabilidade causava em mim um temor enorme de ser despejado caso não conseguisse pagar o aluguel, mas a vida me "empurrava" cada vez mais para isso, como se soubesse que eu seria capaz de realizar tal façanha.

Por mais de seis meses procurei incansavelmente um local para morar e vi todo tipo de imóvel, mas entre as dificuldades que encontrei, por não ter fiador e nome limpo, o que mais me incomodava era ouvir. (e ouvi muitas vezes).
- Você tem cachorro?
- Sim, tenho uma cachorra.
- Então não posso alugar a casa pra você. Aconselho você a abandoná-la na rua ou mandá-la para Zoonoses?
- Jamais abandonarei minha Morgana, ela está comigo e vai morrer comigo. Você abandonaria um filho seu?

E continuei a busca até que um dia encontrei um local com 5 casas no quintal, água e luz incluídos no valor do aluguel. Pensei: é aqui.

Paguei 2 meses de depósito com a economia que fiz junto com a grana que recebi pela meta atingida como operador de telemarketing de uma escola de informática.
Era um domingo (10/10/04) um dia nublado como o de hoje, trabalhei pela manhã num evento e às 20h chamei meus amigos para me ajudarem com a mudança. Entre os meus pertences havia algumas peças de roupas, um colchão, uma panela, um fogão de acampamento e minha Morgana.

Preparei os dois últimos ovos e fiz torradas com um pãozinho duro que ainda tinha e dividi com minha inseparável amiga Morgana ouvindo Breaking all the rules. Foi uma das melhores refeições que provei. Lembro-me da sensação de liberdade, de alívio das pressões e das possibilidades que se abriam a minha frente.

Há 3 anos, eu e  R. L. S. nos separamos e perdi contato. Hoje vejo como era ridículo meu medo e sei que sou capaz de enfrentar outras adversidades que possam surgir.

[Onde quer que você esteja hoje R. L. S. desejo do fundo de todo o meu coração que esteja bem. Eu sempre te disse: eu te amo, mas poucas vezes eu disse: obrigado, e quase nenhuma vez eu disse: desculpe-me. Portanto, obrigado por estar ao meu lado e desculpe se causei dor.]

terça-feira, 5 de outubro de 2010

...And Justice for all !!!

Recentemente fui surpreendido com um comunicado dos correios informando que eu tinha um “pacote” a retirar numa agência aqui perto de casa num prazo de 7 dias.
Pensei: Um pacote? Retirar o quê? Não encomendei nada!!!
Ahhh! Talvez seja o bendito moldem do speed que espero há décadas. Mas, não pode ser, fiz o pedido a mais de um mês. Então que raios de “pacote” é esse?
Com essa dúvida e curiosidade pairando em minha cabeça. Tomei um banho, peguei um ônibus e fui até a tal agência.
Então a revelação se fez.
O tal “pacote” não passava de um mero telegrama.

Remetente: 1º TRIBUNAL DO JÚRI – FÓRUM CRIMINAL – Barra Funda

Ah! Pérai! É pra mim meeesmo? ...E ao verificar o destinatário: É Meu nome que tá aí? Eh, é sim.

Abri o documento e li atentamente o texto.

“Comunico que Vossa Senhoria foi convocado(a) a comparecer perante a este Tribunal a fim de exercer a função de jurado(a) até ser dispensado(a), na forma da lei.”

Seguido dos artigos legais e suas penalidades para o caso do meu não comparecimento.

Tribunal? Justiça? A mesma justiça que prende uma pobre coitada por roubar um pote de margarina e liberta assassinos?
É sabido que o volume de ações nos tribunais é excessivo, mas isso não justifica a impunidade que me dá vergonha de ser brasileiro apesar de amar meu país.
Bem, desabafo à parte veja abaixo uma curiosidade nos números que encontrei. Seria um aviso? rsrsrs

1º Tribunal do Júri da Capital
Av. Drº Abrahão Ribeiro, 313 – Barra Funda
Cep: 01133-020
Data: 13/10/10
Horário: 13 horas

É brincadeira ou quer +? rsrsrs

·         O júri é composto por 7 jurados dentre cidadãos com mais de 21 anos para julgar crimes atentados contra a vida.

·         Um jurado, para os efeitos legais, equipara-se a funcionário público não remunerado assim como ocorre com o mesário eleitoral.

·         O jurado não pode sair do tribunal enquanto o julgamento não terminar ainda que leve alguns dias para finalizá-lo, a fim de evitar que esse jurado seja influenciado pela mídia.

Bem! Pelo menos poderei utilizar essa prestação de serviço nos critérios de desempate para os concursos públicos que pretendo prestar.

domingo, 3 de outubro de 2010

ZONArquia

Agora acho que finalmente entendi a definição de ZONA.
Primeiro começa a ZONA na tv com candidátos que nem sabem o que estão fazendo lá.
Depois a exigência de levar o título de eleitor juntamente com um doc. com foto (pensei: finalmente organizaram a ZONA), mas o Supremo fez o favor de derrubar a liminar e voltamos a velha ZONA de antes.
Então chega o dia em "D" ou melhor dizendo o dia "Z" para praticar nossa ZONAcracia e logo que saio de casa vejo as ruas uma verdadeira ZONA com panfletos de tudo que é ZONAdaputa espalhados pelo chão e entupindo bueiros (num dia que promete chuva).
Chego na escola depois de errar o caminho da ZONA, encontro uma multidão pelos corredores e alguns sem saber que doc. apresentar, se identidade ou se o título...vi neguinho até com carteira de trabalho, rsrsrsr.
Na seção... mais ZONA. Mães com crianças, gente gritando, pessoas se acotovelando (aliás o que uma criança está fazendo numa ZONA daquelas?)
Pra melhorar, uma infeliz com o pimpolho resolveu dar uma aula "de informática" pro garoto levando-o até a urna e o Tiririca, opz quero dizer...o palhaço aqui, esperando a "dondoca" fazer graça com as fotos dos ZONAdaputas que aparecem no monitor.
Finalmente chega minha vez e votei consciente em Marina presidente.
Terminada a ZONA, voltei pra casa tentando entender como temos uma urna eletrônica que é um exemplo de rapidez e confiabilidade para uma racinha tão tupiniquim que acha que aquele aparelho é brinquedo?
Acho que ZONA é isso.