Esta semana tive vontade de fazer algo que há muito tempo venho adiando. Doar sangue. E certas coisas não podem esperar.
Então, nesta quarta-feira acordei cedo (às 8:00 rsrsrs), tomei meu tradicional capuccino com torradas e saí em direção à Santa Casa de Misericórdia na estação Santa Cecília do Metrô e aproveitei para ler A CABANA. Muito bom por sinal.
Cheguei à recepção, registrei meu cadastro e fui encaminhado para análise sanguínea, medir pressão e responder a um batalhão de perguntas: Você tem tatuagem? Piercing? Diabetes? Fuma? Bebe? Tem bronquite? Sofreu cirurgia no último ano? Tomou antibiótico ou algum remédio nos últimos 15 dias? E depois de vários nãos como resposta, veio uma pergunta que gelou a espinha.
- Você ingeriu bebida alcoólica nas últimas 24 h?
- Hummm! Bem! Bebi vinho às 2 da madrugada.
- Bebeu muito?
- Não, pouco. Menos de uma taça. Eu já estava me sentindo como um marido que chega tarde em casa na pontas dos pés e é surpreendido pela esposa com o rolo de macarrão atrás da porta, rsrsrsrs. Mas ela prosseguiu.
- Foi só isso?
- Hummm! Bem Drª, pra falar a verdade, tomei meia garrafa entre 20h e 2h da madrugada.
E ela, para brincar, disse: Meia garrafa ou garrafão?
Risos.
- Bem, Eduardo! Vou verificar com Drª se você poderá fazer a doação em razão do consumo de álcool, mas acho que não haverá problemas, pois já são 11h da manhã.
Pensei: Será que nem meu sangue tá servindo? Que merd...
A Drª volta e me encaminha para a sala de doação e me entrega um papelzinho de pesquisa que dizia:
Após todas as perguntas você se considera apto para doar?
( X ) SIM ( ) NÃO
Sem entender bem o porquê da pesquisa. Respondi e coloquei na urna.
Você quer em lanchinho? Pão de leite com duas fatias de queijo prato e 200 ml de suco de laranja.
Depois de saboreá-lo é chegada a hora da picada. Nunca tive medo de agulhas, mas confesso que aquela me causou um frio na espinha. Tinha espessura de uma carga de caneta Bic.
Enquanto meu sangue corria pela tubulação, fui lendo as orientações de doadores e entre elas, algumas interessantes.
· Alguns doadores podem apresentar: tonturas, desmaios, mal estar, náuseas, vômitos, hematomas no local da punção. Pensei: karaka!!!
· Para a próxima doação homens devem aguardar 60 dias e mulheres 90 dias.
Uns 10 minutos de punção foram suficientes para eu notar como somos frágeis. Como pode um “furinho” extrair 447 ml de sangue em tão pouco tempo? 10 minutos + 447 ml de sangue = Salvar uma vida.
Temos 7,5 litros de sangue no corpo e pode-se morrer ao perder a metade, portanto 1 hora de doação levaria quase 3 litros (uma garrafa de Coca Cola). Pensei de novo: Karaka!!!
Na saída, mais um suquinho de laranja por orientação da própria enfermeira e saí de bem comigo mesmo.
Se doar medula óssea não doesse tanto como dizem (uma agulha perfura a bacia até o osso) também teria feito, mas a enfermeira disse que você é anestesiado. Há também outra forma através da qual um “processador” faz a punção do sangue, extrai a medula e devolve o sangue pro seu corpo. Tempo? 4 horas de punção.
Saí de lá com uma satisfação imensa.
Ah! Vale lembrar que correu tudo bem. Veia encontrada e sem hematomas.
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
Fone: 2176-7000 ramal: 5967
2ª a 6ª das 7h às 18h.