quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Uma boa ação

Esta semana tive vontade de fazer algo que há muito tempo venho adiando. Doar sangue. E certas coisas não podem esperar.
Então, nesta quarta-feira acordei cedo (às 8:00 rsrsrs), tomei meu tradicional capuccino com torradas e saí em direção à Santa Casa de Misericórdia na estação Santa Cecília do Metrô e aproveitei para ler A CABANA. Muito bom por sinal.
Cheguei à recepção, registrei meu cadastro e fui encaminhado para análise sanguínea, medir pressão e responder a um batalhão de perguntas: Você tem tatuagem? Piercing? Diabetes? Fuma? Bebe? Tem bronquite? Sofreu cirurgia no último ano? Tomou antibiótico ou algum remédio nos últimos 15 dias? E depois de vários nãos como resposta, veio uma pergunta que gelou a espinha.
- Você ingeriu bebida alcoólica nas últimas 24 h?
- Hummm! Bem! Bebi vinho às 2 da madrugada.
- Bebeu muito?
- Não, pouco. Menos de uma taça. Eu já estava me sentindo como um marido que chega tarde em casa na pontas dos pés e é surpreendido pela esposa com o rolo de macarrão atrás da porta, rsrsrsrs. Mas ela prosseguiu.
- Foi só isso?
- Hummm! Bem Drª, pra falar a verdade, tomei meia garrafa entre 20h e 2h da madrugada.
E ela, para brincar, disse: Meia garrafa ou garrafão?
Risos.
- Bem, Eduardo! Vou verificar com Drª se você poderá fazer a doação em razão do consumo de álcool, mas acho que não haverá problemas, pois já são 11h da manhã.
Pensei: Será que nem meu sangue tá servindo? Que merd...
A Drª volta e me encaminha para a sala de doação e me entrega um papelzinho de pesquisa que dizia:

Após todas as perguntas você se considera apto para doar?
( X ) SIM               (   ) NÃO

Sem entender bem o porquê da pesquisa. Respondi e coloquei na urna.

Você quer em lanchinho? Pão de leite com duas fatias de queijo prato e 200 ml de suco de laranja.
Depois de saboreá-lo é chegada a hora da picada. Nunca tive medo de agulhas, mas confesso que aquela me causou um frio na espinha. Tinha espessura de uma carga de caneta Bic.
Enquanto meu sangue corria pela tubulação, fui lendo as orientações de doadores e entre elas, algumas interessantes.

·         Alguns doadores podem apresentar: tonturas, desmaios, mal estar, náuseas, vômitos, hematomas no local da punção. Pensei: karaka!!!

·         Para a próxima doação homens devem aguardar 60 dias e mulheres 90 dias.

Uns 10 minutos de punção foram suficientes para eu notar como somos frágeis. Como pode um “furinho” extrair 447 ml de sangue em tão pouco tempo? 10 minutos + 447 ml de sangue = Salvar uma vida.
Temos 7,5 litros de sangue no corpo e pode-se morrer ao perder a metade, portanto 1 hora de doação levaria quase 3 litros (uma garrafa de Coca Cola). Pensei de novo: Karaka!!!
Na saída, mais um suquinho de laranja por orientação da própria enfermeira e saí de bem comigo mesmo.
Se doar medula óssea não doesse tanto como dizem (uma agulha perfura a bacia até o osso) também teria feito, mas a enfermeira disse que você é anestesiado. Há também outra forma através da qual um “processador” faz a punção do sangue, extrai a medula e devolve o sangue pro seu corpo. Tempo? 4 horas de punção.

Saí de lá com uma satisfação imensa.

Ah! Vale lembrar que correu tudo bem. Veia encontrada e sem hematomas.

Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
Fone: 2176-7000 ramal: 5967
2ª a 6ª das 7h às 18h.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Primeira impressão nem sempre é a que fica.


Para você que acabou de conhecer uma mulher depois de bater um longo e prazeroso papo, numa cafeteria, num bar ou até mesmo numa feira livre saboreando um delicioso pastel. Relaxe. Seja espontâneo e verdadeiro.
Se não rolar nada quente na primeira noite por que ela não está à vontade. Respeite e aproveite a companhia, às vezes, por mais que você esteja no atraso, sexo é menos importante que compartilhar as experiências um do outro.
No dia seguinte, se tiver vontade de ligar, não seja o machão. Ligue.
Se ela disser que odeia falar ao telefone e que já está falando com você a 3 horas na linha e que você provocou mudanças na vida dela. Acredite. Saiba que você, realmente, tem algo bacana a oferecer que os outros não têm. Sua companhia.
Vai rolar outro encontro? Legal. E se você está a fim de agradar fazendo uma surpresa como um jantar preparado por você mesmo. Faça. Não se sinta diminuído, mas descubra antes o que ela gosta e faça de coração sem esperar nada em troca.
Na cama, ainda que seja selvagem, observe atentamente a todos seus “movimentos”, gestos, olhares e expressões que, instintivamente você descobrirá coisas que nem ela mesma sabia que gostava. Legal. Ponto positivo pra você.
Ah! Nada de virar de lado e dormir. Converse, dê carinho, brinque, dê risadas, acaricie seus cabelos até que ela adormeça em seu peito, mas cuidado... não seja grudento nem meloso. Deixe-a livre.
Se acabar ali. Beleza! Por mais duro que possa ser, junte seus cacos e siga em frente com sua vida e guarde essa experiência como algo bom a ser sempre lembrado. Acredite, ela fará o mesmo.
Se houver seqüência para algo mais profundo como um namoro. Não mude seu jeito e muito menos queira mudar o jeito dela. Foi isso que atraiu a ambos, mas não significa que você deva fazer sempre a mesma coisa por medo de errar. São as descobertas que torna tudo mágico, intrigante, delicioso. Varie, conheça lugares. Faça algo diferente, aproveite as oportunidades, pois quando a companhia é boa o lugar pouco importa (pelo menos pra mim). A troca é fundamental numa relação, seja ela qual for.
As pessoas são diferentes umas das outras e é isso que torna a experiência rica de ser vivida.

Como disse Arnaldo Jabor:
“A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal você não é terapeuta.
Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível”

Curta cada momento intensamente para que no futuro você tenha boas recordações.

Viva a vida.

sábado, 25 de setembro de 2010

O preço da independência

Quando somos jovens e estamos sob o teto de nossos pais somos obrigados a “obedecer” às regras do lar e a hierarquia familiar para manter sua organização. Quase tudo tem horário: café da manhã, almoço, jantar, banho, usar computador, jogar o game, fazer a lição de casa, brincar na rua com os amigos.
Como se não bastasse ele tem de justificar tudo o que deseja fazer, quando fazer, onde fazer, com quem fazer e pra que fazer.
Quem nunca se aborreceu com isso? Como todo adolescente tudo soa de forma imperativa e quando questiona tais ordens o argumento não faz o menor sentido: “- Sou seu pai/mãe e enquanto viver sob meu teto será assim.”
Cara de “choquito”, cursinho vestibular, hormônios a flor da pele e finalmente a universidade. Agora ele passa a ter um pouco mais de liberdade, conquistou seu direito constitucional de ir e vir quando ganhou seu possante Uno Mille (nada contra quem tem), mas ainda precisa justificar aonde vai, com quem está e a que horas volta, não apenas por controle, mas por segurança.
Provas, trabalhos em grupo, barzinhos, baladas, viagens bate-e-volta da praia, bebedeira, estágio remunerado trazem sensações nunca vividas antes (o gostinho de controle da sua própria vida).
Então chega a hora de morar sozinho e começa o garimpo por um “AP” que facilite o acesso a Universidade e ao trabalho, mas nem tudo são pérolas e a grana do estágio dá apenas para um Flatizinho na periferia. Ele avalia as condições e decide assumir a própria vida.
A sensação de liberdade é maravilhosa e merece registro com uma foto tirada na câmera do seu celular popular imaginando poder tomar banho de 2 horas, ouvir um som no último volume, ver TV até de madrugada, largar a roupa pela casa, promover festinhas com amigos no final de semana, falar coisas picantes ao telefone para a namorada sem ninguém por perto.
Os meses passam, ele é promovido de estagiário para trainee efetivado com razoável remuneração. Mais responsabilidade e com horário para entrar não para sair cumprindo carga horária de 12 às vezes 14 horas por dia inclusive alguns finais de semana. (Lá se foram as festinhas)
Seu tempo é curtíssimo para lazer com amigos... E a namorada? Foi procurar alguém pudesse lhe dar atenção.
As contas e o cansaço são cada vez maiores e ele já não sabe se essa liberdade é real, pois se sente preso a um sistema que só muda de ambiente.
Ebaaa!!! Feriado prolongado, finalmente a tão sonhada praia com amigos traz de volta o gostinho da liberdade e dos tempos de faculdade, mas com um sabor meio amargo, pois sabe que seu celular não pode ser desligado tendo de voltar imediatamente para o trabalho se for solicitado.
Céu azul, toalha, bronzeador, óculos escuros e cerveja à vontade. Ele respira fundo, dá uma boa olha a sua volta e nota um vendedor de espetinhos de camarão de meia idade e pensa: “Esse sabe aproveitar a vida, ganhando seu dinheiro num lugar paradisíaco como esse aqui”.
- Campeão! Quanto custa o espeto?
- Treis real moço.
- Quero cinco espetinhos, por favor. Toma aqui R$ 20,00 e pode ficar com o troco.
- Brigado, moço.
E o vendedor pensa: “Rapaz de sorte teve tudo fácil na vida, cheio da grana e enquanto ele se diverte eu tenho de suportar esse sol na minha cabeça andando todo fim de semana para sustentar as 11 bocas lá de casa.”

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Alquimista do tempo

Não tenho talento nem conhecimento para transformar tudo em ouro como buscavam os alquimistas na idade média. Mas transformei minha segunda-feira em domingo.
Acordei tarde, para ser exato, ao meio dia com direito a rolar na cama por mais 40 minutos. Então me levantei, tomei um beeelo banho, vesti o que mais gosto: calça e camiseta pretas. Tomei um breve café da manhã... Ops... da tarde e saí. Sem pressa. Sem atropelo. Sem compromisso com horário levando apenas um livro da coleção Reader’s Digest para distrair-me durante a viagem até o Aquário de São Paulo.
Com ônibus e metrô vazios pude realmente me sentir num dia de feriado.
Não imaginava que a vida marinha fosse tão rica e diversificada. Os corredores em zig-zag com paredes imitando uma caverna e a penumbra faz você se sentir um verdadeiro explorador numa viagem ao fundo do mar (e não falo daquele antigo seriado).
Entre Pirarucus, Carpas, Peixes-Boi, enguias e jacarés albinos (todos identificados com nome popular e científico) um dos pontos altos da “exploração” foi o submarino que possibilita a você ver de todos os ângulos arraias e tubarões nadando a sua volta como se você estivesse numa bolha no fundo do mar.
Em outra ala (seca) é possível ver réplicas de animais pré-históricos como T-Rex e um viveiro de morcegos de verdade como o “raposa voadora”, que tem esse nome por parecer com uma raposa, mas o impressionante é sua envergadura: 2 m de asa. Eu de braços abertos tenho 1,70. Dá pra imaginar?
Terminada a “expedição” decidi esticar até a Paulista para caminhar. Adoro caminhar, pois além de me acalmar quando estou nervoso é excelente para o coração (dizem os médicos).
É curioso observar como nossa visão muda ao ver a cidade pulsar quando estamos à margem do cotidiano da maioria das pessoas em plena segunda-feira. Pessoas voltando para seus lares, outros iniciando seu expediente ou a caminho da faculdade e alguns num happy hour nos bares do metro² mais caro de SP.
A noite chegou e com ela a típica chuva de uma cidade que vive as quatro estações do ano no mesmo dia. Aproveitei que estava no Shopping Paulista para ir à lotérica retirar o benefício de quem está em “férias”: Seguro desemprego.
De volta ao metrô, a caminho de casa, resolvi fazer uma última parada no Shopping Tatuapé para atender ao chamado do estômago. Entre as opções que meu bolso permite, escolhi o Self do Habib’s. Arroz a grega, feijão, calabresa assada, abobrinha recheada, filé de frango à milanesa, salada e suco natural de laranja. Quase 1 kg de refeição.
Saboreei o prazer de cada garfada e de estar em companhia de alguém que já não via há algum tempo: a minha.

Quem quiser visitar o Aquário de São Paulo:
www.aquariodesaopaulo.com.br
Rua Huet Bacelar, 407 – Ipiranga (a 10 minutos do metrô Santos Imigrantes)
Fone: 2273-5500
Ingressos: R$ 30,00 (às segundas R$ 15,00)
carteirinha de estudante não tem desconto

domingo, 19 de setembro de 2010

Pet Cemetery


Quem pode dizer que nunca amou perdidamente alguém? Se você ainda não passou por isso, seu dia vai chegar, mas apenas se você realmente quiser e estiver preparado.
Trocar palavras doces, gestos, mensagens carinhosas, enviar flores, café da manhã na cama, ficar horas no telefone, preparar um jantar romântico, abrir a porta do carro ou oferecer a cadeira a ela. Ver beleza e poesia em tudo e ter uma meta: agradar.
Pois é, assim começa um relacionamento. Eufórico, elétrico, ansioso e cheio de vida.
Mas nem tudo é pra sempre e agora cada um segue, ou tenta seguir, com sua vida  separadamente. Por um tempo, somos tomados por um desejo de desfazer a “besteira” de ter terminado na busca de reacender a chama que causou todos aqueles bons momentos vividos juntos.
Alguns dizem: Não ligue. Não procure. Não insista. Esqueça.
Com se fosse um interruptor: liga-desliga. Mas como esquecer alguém que fez parte da sua vida, ainda que por pouco tempo, e que trouxe bons momentos? Simplesmente desistir? Deixar-se passar pela cura do tempo? Ou perder a oportunidade da sua vida? O que fazer??? Com esse turbilhão de perguntas na cabeça você decide arriscar um contato, afinal devemos lutar pelo que achamos valer a pena.
Então ambos juntam os caquinhos, “apagam” o passado e recomeçam. Mas algo está diferente. Receosos e inseguros eles evitam se expor. Não há mais palavras doces, gestos, mensagens carinhosas, envio de flores, jantar romântico ou horas no telefone. Mesmo quando  estão juntos, parecem distantes...separados. Aguardando sempre que o outro ceda mais.
Efeito pet cemetery.
Não adianta enterrar o passado achando que tudo voltará a ser como antes num passe de mágica. Por mais que o passado deva ficar lá... no passado... ele sempre vai mostrar sua face, afinal um vaso colado nunca será um vaso novo.
É preciso um esforço quase sobre-humano para ambos superarem e nem todos estão dispostos a passar por isso. É quando percebemos que o que valia a pena... não vale mais.
O melhor a fazer é guardar esses bons momentos no coração como uma coisa boa a ser lembrada.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Os cinco sentidos


No bar ele gira o rosto e sem querer faz o primeiro contato;
A Visão: Um olhar fixo, tímido, de soslaio, penetrante

Ele toma coragem e vai em direção a ela;
A Audição: A fala acontece, nervosa, trêmula, emocionante

Aproxima suas mãos das dela;
O Tato: Toque revelador, calor, sensível, pulsante

De coração acelerado ele oferece um abraço;
O Olfato: Um cheiro doce, suave, envolvente

Ele arisca e se aproxima mais;
O Paladar: O gosto do beijo, delicado, quente, ardente
 

agora todos os sentidos fazem sentido...

sábado, 11 de setembro de 2010

7 Coisas que consigo ficar sem

Uma amiga, motivada pelo blog da Bah, postou 7 coisas sem as quais não pode viver. Achei o tema interessante e decidi escrever algo sobre 7 coisas.


Dormir – Se tenho um projeto ou estou ao lado de alguém interessante me divertindo posso ficar horas sem dormir. Já fiquei 76 horas em alerta total.


Comer – Há religiões que incentivam jejuar por um dia inteiro e já passei por momento na minha vida em que fique 7 dias sem comer absolutamente nada.





Sexo – Para muitos essa é uma tarefa difícil, mas como já disse em outra postagem (foi bom pra você?) sexo é bom mas pra mim é um presente especial que não entrego a qualquer uma. Difícil de acreditar, né? É, eu sei. Não culpo você, às vezes nem eu acredito que sou assim.




TV – Estou completando 1 ano sem TV (por opção) e as poucas vezes que assisti a algo percebi que vou ficar muito mais tempo sem assistir futebol, BBB, Silvio Santos.








Moda – Gosto de me vestir bem, mas não sou neurótico com cortes “topetinho”, sapatos quadrados ou camisetas apertadinhas para fazer o tipo bombadinho. Curto terno, mas em ocasiões especiais. Como bom roqueiro prefiro preto.



Bebida – Há momentos em que acho que uma boa garrafa pode ajudar a seguir com a vida, aí tomo um suco e vou dormir. Beber é bom em boa companhia e já passei mais de um ano sem sequer uma lata de cerveja.









Chocolate – Mesmo na Páscoa quando vejo uma maratona ir às compras dos tais ovos, penso: “prefiro minha parte em dinheiro”. Aliás isso me fez lembrar que tenho uma lata de leite condensado na geladeira desde fevereiro. Alguém quer?








• Não digo que abdico desses “prazeres”, muito menos que fico sem todos eles ao mesmo tempo. Eu apenas consigo viver sem eles por algum tempo.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Foi bom pra você?



É curioso observar como a vida moderna nos mostra que alguns valores ficaram banalizados. Sou um apaixonado pela vida e me intriga ver como as pessoas fazem dos “relacionamentos” um simples copo d’água.

Não sou do tipo “baladeiro”, mas gosto de balada...não sou “farreiro” mas gosto de farra... não sou “ficante” mas quando fico é pra valer. Mergulho de cabeça e muitos já me disseram que estou errado por me envolver assim. Mas tem mesmo de ser medido? Errado ou não, sou da opinião que um relacionamento tem de ser pleno e intenso, pois acredito que é melhor viver 10 anos a 1000 que 1000 anos a 10.

Quando observo o comportamento humano moderno vejo como certos aspectos se banalizaram e que no meu conceito, devam ser entregues a pessoas especiais. Às vezes acho que nasci no século errado.

Do que estou falando??? De sexo, claro.

Não estou dizendo que transar não seja bom...é muuuuuito, bom. Mas sexo é realmente apenas uma necessidade fisiológica? E o sentimento, a pele, a entrega onde ficam?

Pessoas beijam pelo beijo....transam pela transa somente para saciar uma necessidade (fisiológica, carência ou por stress). Será mesmo que um sexo sem compromisso substitui tomar a um sorvete numa tarde de sol, ir a um cinema e ficar abraçadinho com quem você gosta? E o envolvimento: nada.

Não estou julgando ninguém, mas tentando entender a mim mesmo já que pra mim sexo é o resultado de um processo que vai muito além de orgasmo e ejaculação.

Talvez eu realmente seja um “quadrado”, um “antiquado”, um romântico incurável ou um invejoso por não conseguir ser como a maioria demonstra ser. E olha que já tentei, mas me senti um lixo de ser humano.

Transar com alguém deveria ser algo especial, único, escolhido a dedo. Penso que sexo bom de verdade é aquele que te faz subir pelas paredes, que mesmo esgotado te faz querer mais e mais não apenas pelo sexo em si, mas pela companhia da pessoa que ama e compartilha.

Aos que conseguem praticar tal ato simplesmente pelo ato têm minha profunda admiração, mas penso que para uma nova relação você tem de estar livre da anterior para que você possa entregar-se por inteiro à nova pessoa como quem entrega um presente cultivado exclusivamente a ela e ninguém mais.

Ainda não me acostumei com a tal frase: a fila anda. Parece que tudo é descartável e sem qualquer valor. Acredito que as pessoas queiram sim se relacionar, queiram sim alguém para compartilhar seus sucessos e fracassos, mas o que falte talvez seja coragem para se entregar.

Nada pessoal...não mesmo. Como eu disse, apenas tentando me entender e compartilhar o que penso.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Um ato de cidadania


Esse foi um dia em que me indignei ao ponto de não suportar mais a atitude inerte das pessoas que, como eu, vêem todos os dias as atitudes erradas na sociedade, mas se calam por covardia ou egoísmo.

Estava viajando em um “moderno” e confortável trem da CPTM com partida na estação de Santo André sentido Júlio Prestes na Luz. Bancos estofados, ar condicionado, painel eletrônico, portas largas e pasmem estava limpo e sem aqueles vendedores ambulantes equilibrando-se no sacolejar daquela minhoca metálica.

Tudo estava bem até que uma moça senta-se a minha frente mastigando um pratinho de milho e como se não bastasse o cheiro tomar conta do vagão tive de ver aquela pasta amarela sendo mascada por aquela boca aberta e sem dentes.

Até aí... vá lá... sabe-se lá o perrengue vivido por aquela pobre alma naquele dia paulistano. Terminada a sessão ruminante, a passageira sem saber muito bem o que fazer com o tal pratinho de isopor, decide quebrá-lo ao meio e já com os dedos engordurados deposita o seu lixo sob o banco discretamente como se ela estivesse sozinha no vagão.

Aquilo ferveu meu sangue e notei que outros passageiros também se indignaram, mas como todo bom brasileiro ninguém abriu a boca para falar nada.

Acho uma tremenda falta de respeito ter de conviver em uma cidade emporcalhada por falta de decência alheia.

Enquanto viajava pensei: “Como pode o povo reclamar da impunidade dos governantes se a própria população se acomoda diante de atos visivelmente errados? Depois não querem que estrangeiros falem que somos macacos numa selva. A impunidade impera nesse país, mas o maior responsável por isso quem é? O próprio povo por sua inércia. Ops, mas eu também faço parte desse povo, então como falar com a porquinha sem ferir seus sentimentos?”

Resolvi praticar um ato de cidadania.

- Oi, moça! Você vai descer na estação Luz? Perguntei calmamente.

- Sim!

- Que bom e você pode me fazer um favor?

- Claro! Respondeu ela com os dentes cravejados de grãos.

- Você pode recolher o lixo que você depositou embaixo do seu banco, pois é muito feio sujar o vagão que todos usamos?

- Claro moço! Disse com a voz trêmula.

- Você nem precisava me pedir isso. Eu até coloquei minha sacola do lado para não esquecer.

- Então respondi. Ok, ok. Fico feliz e agradeço.

Senti um alívio enorme e percebi que outros passageiros também, mas ainda desconfiado de sua palavra fiquei atento.

Chegando à estação Luz, o que faz a fulaninha? O óbvio. Levanta-se com suas sacolas e sai tranquilamente em direção à porta.

Indignado, perguntei já em voz alta: - Ei, moça! Você não se esqueceu de nada?

Nervosa ela responde: - Se isso te incomoda, pegue você mesmo.

Já nervoso e dirigindo-me à porta, respondi: Pego sim, mas é uma pena que minha cidade tenha que conviver todos os dias com pessoas porcas como você e faço isso porque amo minha cidade. Acho que o lixo que produzimos não deva ser compartilhado pelos outros.

Ela, envergonhada, não sabia por onde sair.

O trem pára e a multidão do lado de fora quer entrar sem sequer esperar o desembarque. Um verdadeiro choque de manadas.

Empurrões e acotoveladas a parte, saí e de alma meio lavada, pensei em todo o ocorrido e acho que essa nunca mais jogará um lixo na rua.

Será???