quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Contrata-se uma amizade por toda a vida.


Foi ainda na adolescência que a conheci, trabalhávamos juntos num escritório de vendas de títulos de clube de campo com a esperança de ganhar a fábula prometida no anúncio de jornal: “empresa em expansão contrata jovens c/ ou s/ experiência p/ início imediato, oferecemos treinamento e promoção na carreira c/ ganhos semanais acima de R$ 2.000,00”. Éramos inocentes. Eu, um jovem cheio de gás; ela uma jovem de muita garra e recém mamãe.
Passávamos o dia viajando de ônibus pra cima e pra baixo em SP captando clientes para um produto pouco procurado. Lembro que se embarcava pela porta traseira do busão (alguém se lembra disso?).
Vivemos momentos bem difíceis e numa ocasião tivemos de pedir carona a um caminhoneiro em Mairink (próximo de São Roque/SP) para chegar ao clube para cumprir nosso plantão de fim de semana.
O tempo passou e cada um seguiu sua vida só, mas em meados da década de 90 nos reencontramos e colocamos nossa conversa em dia até que novamente nos separamos. É estranho, mas nunca houve um motivo para uma ruptura em nossa amizade nós apenas nos separávamos naturalmente simplesmente não nos víamos mais e deixávamos o tempo passar. Sem despedidas, sem abraços, sem cartas, sem telefonemas.
Lembro-me bem da última vez em que eu planejei vê-la. Estava em dúvida se deveria revê-la ou me encontrar com a garota que seria minha futura namorada. Bem... fiquei com a 2ª opção. O namoro virou noivado, mas não se tornou um casamento (ela foi + esperta e desistiu antes, rsrsrs). Muita coisa aconteceu desde então: construção de carreira, iniciar um negócio, estudar idiomas, mudança de carreira, reiniciar outra faculdade tornar-se independente...e 10 anos se passaram.
No último sábado estava com princípio de uma gripe forte, mas decidi cassá-la, digo isso por que já a havia procurado nas redes de relacionamentos e: nada. Então fui tentar a sorte de encontrar algum parente. Fui à casa de sua irmã, mas seu cunhado disse que havia se separado há mais de 5 anos e que todos os parentes se mudaram para outros bairros. Pensei: fudeu.
Perguntei a ele se ainda tinha contato com minha amiga e por sorte ele ainda tinha o fone dela, mas que não falava com ela a mais de 1 ano e meio. Liguei e dei sorte de encontrá-la e fui visitá-la em seu trabalho no SAMU de Itapevi (éééé longe, né? Até por que moro próximo ao shopping Aricanduva). O meu corpo doía inteiro, era gripe da braba mesmo, mas valia a pena.
Foi muito bom revê-la e saber que estava bem, saudável, suas irmãs adotivas e sua filha já estão adultas e algumas casadas e com filhos.  O tempo passa muito rápido, parece que foi ontem que eu carreguei sua filha de cavalinho sentada sobre meus ombros.
Nos vimos por apenas uma hora e meia e apesar do curtíssimo tempo para tanta conversa ela me disse que vencera um câncer que quase a levou. É! Do lado de cá também não foi um mar de rosas, mas o bom é saber que sobrevivemos às tempestades.
Agora é hora de comemorar e mesmo que nos separemos outra vez sei que essa amizade é pra sempre.

Te adoro G. C. O.

PS: Publiquei com atraso por ficar 3 dia de cama, a gripe me derrubou mesmo.

2 comentários:

  1. Oi Duh. =)
    Então, a vida é assim mesmo. Infelizmente nem sempre traçamos o mesmo caminho que as pessoas que amamos. Dai elas se tornam ótimas recordações que guardamos com muito carinho.
    Também tenho amigos nessas circunstancias e infelizmente não há muito o que ser feito a não ser se tornar eternamente grato por ter conhecido essas pessoas!
    É isso aí. Melhoras hein!
    Beijos

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  2. Hmmm anônimos... tem que postar quem é! rs...

    Kisu!

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