sexta-feira, 8 de julho de 2011

Talento Inato



Todos os dias faço uma viagem de 2 horas para o trabalho usando dois ônibus e as vezes aproveito para ganhar mais cultura lendo um livro que curto ou me dou o direito a um belo coxilo.
É comum ver nos coletivos pessoas tentando sobreviver comercializando produtos ou apelando para a caridade paulistana pedindo algum trocado, afinal é melhor pedir que roubar, neh??? E às vezes, quando sinto no coração que devo ajudar...ajudo, outras vezes não.
Hoje, enquanto tirava uma breve soneca no busão, fui acordado por um artista de rua bastante animado carregando um violão acústico e que iniciou algumas canções do repertório MPB que desconheço.
No início me senti muito incomodado por ter meu sono interrompido por aqueles acordes e voz alta em plena 9h da madrugada (ohhh preguiça) enquanto o coletivo subia a Av. Brigadeiro Luiz Antônio. Numa breve apresentação de 3 músicas o tal artista mostrou ter o talento e a habilidade instrumental que não possuo (ohh inveja).
É preciso ter coragem, muita coragem para entrar num ônibus e encarar rostos mal humorados (como o meu) e levar algo tão valioso como as músicas que tocam o coração.
Ao final da apresentação ele pede uma contribuição simples de qualquer valor, então pensei: “o cara merece...eu já gastei boa grana com shows que não valeram um décimo do ingresso pago e só por sua coragem já vale a contribuição além da bela apresentação”.
Colaborei com o músico por ter mudado meu humor e por querer valorizar uma atividade pouco reconhecida. Espero que algum olheiro o encontre e desenvolva seu talento.

5 comentários:

  1. eu sempre dou algum trocado,a nao ser que eu esteja com o dinheiro contadinho. E mesmo assim, fico com peso na consciencia.Afinal eh como vc descreveu,deve ser muito dificil pedir,se a gente pensar direitinho,eh uma situacao humilhante para um ser humano.Mas infelizmente,a gente sabe, que existe muito vagabundo que se aproveita da boa vontade dos outros,por conta dessa raça podre,fica dificil saber se estamos ajudando a quem merece. Mas prefiro ficar com a consciencia tranquila,afinal nao sera umas moedinhas que vai me levar a miseria,e essas moedinhas pode ajudar momentaneamente quem precisa.
    Tem a frase que diz,eh melhor ensinar a pescar do que da o peixe,mais isso eh um projeto de longo tempo,eh algo para uma ong...no dia a dia,se eu puder,nao me faco de rogada.
    Ixi,que resposta grandona,hahah...um abracao e tomara que o artista do onibus tenha uma oportunidade na vida.
    abracaooo.

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  2. Os artistas aqui no Brasil penam muito pra serem reconhecidos. Mas uma coisa que vc disse é bem verdade. É preciso mta coragem pra entrar num busão e encarar desconhecidos só pra mostrar o que faz. Mas tb acredito que essa coragem é que faz a pessoa ser descoberta por um olheiro.

    Eu não costumo dar nenhum trocado pra ng. Não acho maldade, mas eu não acho legal incentivar isso.

    Mas claro, essa é só a minha humilde opinião. Talvez se eu estivesse nessas condições um dia, poderia pensar diferente.

    Kisu!

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  3. Oi, eu sumi por um tempinho mas cá estou novamente, e confesso que passo por isso às vezes.
    Sei lá, esse negócio de dons é meio complicado, não acha? Mas quando eu posso contribuir e acho que vale a pena contribuir eu contribuo.
    Não gosto de "dar" dinheiro, eu gosto de ter um motivo pra isso...
    E ahn, pode ser frio da minha parte, mas enfim... Gostei do texto, por que são nessas coisas "pequenas" que nós vemos a simplicidade da pessoa, um cara no ônibus melhorou seu dia caótico.
    Até mais.

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  4. "Caridade paulistana" é um termo um pouco paradoxal. Não acha?

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  5. cade os novos textos amoorrrrrrrrrr?????????
    uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu

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