sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Heróis anônimos


Às 7:00 da manhã e aos sete anos de idade eu me preparava para mais um dia na escola. Conguinha vermelho e meias brancas até o joelho, shortinho bufante vermelho, camiseta branca e boina vermelha. Este era o uniforme do pré-primário (atual 1º ano). Formávamos uma fila indiana de meninos e meninas separadamente com os menores na frente e maiores atrás apoiando a mão direita sobre o ombro do amiguinho da frente para medir a distância entre nós e seguíamos para a quadra de esportes ver a bandeira brasileira ser hasteada ao som do hino nacional que cantávamos inteirinho em uníssono fazendo uma breve disputa entre as salas para ver quem cantava sem errar.

Na sala as atividades de pintura, artesanato, escultura com massinha de modelar, exercícios de coordenação motora para preparar nossa escrita e canções como:
“Meu lanchinho, meu lanchinho, vou comer, vou comer, pra ficar fortinho e crescer...”
“Oi tra la la la la la ooooooo, oi tra la la la la la ooooooo, o sapo se mudou, o lambari morreu por que o ribeirão secou...”
Alguém se lembra dessas? Pois é, elas faziam parte do repertório daquele desafinado coral de 40 vozes e tudo liderado por uma doce, meiga e paciente moça que chamávamos carinhosamente de Tia.

Então chegou a 1ª série e tive a felicidade de ter um anjo chamado Maria de Lourdes Martins que teve muita paciência com esse escritor aqui por três anos e numa data como essa meu pai a presenteava com vários livros que ganhava da editora gráfica em que trabalhava.

Na 4ª série a Eliana (não é a apresentadora) conseguiu a proeza de fazer uma classe inteira aprender a bendita tabuada numa competição anual que realizávamos uma vez por semana entre meninos X meninas valendo um gibi. (Só pra registrar os meninos venceram a competição, rsrsrsr)

Cheguei na 5ª série e tive minha primeira paixão, a professora de ciências Rosa. E era uma rosa mesmo. Uma japonesinha linda de longos cabelos negros, olhos escuros, voz doce, sorriso franco e atencioso que me fazia tremer, rsrsrs. Lembro da sorte de ter sido seu amigo secreto e, honestamente, não me recordo do presente que ganhei (que deve ter sido bem legal) mas lembro do cartão que o acompanhava e que guardei por anos. Dizia:

“com enorme carinho da sua professora Rosa”

A estes e tantos outros heróis anônimos que se esforçaram para me fazer aprender algo e a tantos outros que não conheci é que presto essa homenagem oferecendo essa maça.

Um comentário:

  1. Nossa, nesse quesito de lembranças eu sou meio relapsa rs... Lembro da época do colégio sim, pq estudei em escola de freiras, tudo era muito rígido (levávamos reguada nas mãos quando desobedecíamos rs), mas lembro-me de pouquíssimos professores. Mal lembro do meu último e acho que lembro só dos que eu detestava rs...

    Ótimas lembranças...

    PS: lembro desse lance de colocar a mão no ombro do amigo da frente pra manter distância rs....

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